Ataque à escola municipal foi uma tragédia anunciada, diz sindicato dos professores do RJ
A entrada do atirador na Escola Municipal Tasso de Oliveira, no Rio de Janeiro, passando-se por palestrante, motivou o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do RJ (Sepe) a denunciar a falta de segurança vivida no estado. A coordenadora do Sepe, Vera Lúcia Freitas Silva, está desde de manhã na escola municipal e diz que a entidade pretende iniciar uma manifestação na sexta.
— É uma tragédia anunciada. Há muitos voluntários, estagiários e substitutos que circulam nos colégios, não há controle na entrada. Qualquer pessoa entra. O correto é ter professores concursados suficientes e restringir a entrada — afirmou Vera Lúcia.
Em nota oficial, o Sepe declarou já ter denunciado diversas vezes as agressões a professores, brigas de alunos, balas perdidas e confronto de quadrilhas de traficantes dentro de colégios ao Ministério Público e à Câmara de Vereadores.
Na manhã desta quinta-feira, Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, entrou no colégio e matou nove meninas e um menino e em seguida cometeu suicídio. Ele ainda feriu 17 alunos.
— Há muitas pessoas aqui na rua. Conversei com professores, mas eles estão muito traumatizados, não conseguem falar. Segundo eles, há muito sangue nas salas de aula — disse Vera Lúcia.
Até as 14h, a secretaria de Segurança do Rio de Janeiro confirmou onze crianças mortas e 13 feridas. O atirador cometeu suicídio, após levar um tiro de um policial.
Confira a localização da escola:
Visualizar Homem invade escola no Rio de Janeiro e atira contra estudantes em um mapa maior
Após massacre, sindicato dos educadores fará paralisação
Em comunicado, entidade diz que carência de segurança era conhecida e que vai tentar responsabilizar judicialmente governantes.
O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) do Rio de Janeiro convocou escolas municipais da cidade para uma paralisação extraordinária nesta sexta com ato público na Cinelândia, às 10h. O objetivo, segundo comunicado, é demonstrar a indignação dos profissionais de educação contra "mais esse ato de violência em escolas, representada por essa tragédia em Realengo". Um homem invadiu uma escola, matou 11 crianças, feriu 13 e se matou.
O sindicato pede que as demais redes públicas e particulares de educação se unam ao protesto. "Há uma carência na rede de milhares de profissionais especializados na segurança dos alunos, como porteiros e inspetores nas escolas públicas. Os governos não fazem concursos para cobrir esta carência. A falta de segurança nas escolas municipais e estaduais do Rio vem sendo denunciada pelo Sepe há anos, mas, infelizmente, os governos se recusam a discutir com a categoria o assunto. Dessa forma, o Sepe exige que o prefeito Paes e o governador, os respectivos secretários de educação do estado e município do Rio, e as autoridades de segurança de nosso estado discutam com os profissionais de educação como enfrentar esse grave problema", diz a carta de apelo.
O sindicato diz ainda que o departamento jurídico estuda entrar na Justiça contra as autoridades municipais responsabilizando-as pelo massacre.
Após ler a noticia, fica uma duvida. Esse problema de falta de segurança nas Escolas pode ser resolvido? E como explicar a ausencia de policial,segurança e vigilantes nas dependencias das unidades Escolares no Brasil.
É lamentavel que aconteça uma trgédia, para que possamos abrir os olhos para o obvio...Nós educadores, gestores e educandos, estamos
assustados, comovidos e na esperança de que dias melhores possam chegar as nossas Escolas da rede publica.